Traumas

Por Jennifer Lemos

Quando falo, em meus atendimentos de irisdiagnose, sobre traumas, as pessoas normalmente agem com curiosidade ou medo. Difícil alguém agir apaticamente diante dessa palavra.

Mas afinal, o que são traumas? Na irisdiagnose, traumas são eventos que, quando aconteceram, tiveram uma interpretação negativa. Muitas vezes, um trauma ocasionado quando éramos crianças, provavelmente não teria a mesma interpretação diante do mesmo evento se ocorresse na fase adulta. Uma queda de bicicleta na frente dos amigos, por exemplo, pode ser um evento traumatizante para uma criança que, agora adulta, nem lembra do episódio. A vergonha, o medo e a exposição fizeram com que aquela situação ficasse marcada na vida do indivíduo e influencia suas atitudes até os dias de hoje.

Quando comecei a estudar traumas na análise das íris tinha muitas dúvidas, até me submeter ao tratamento e ter alguns insigths sobre meus eventos traumáticos e o modo como lido com eles.

Normalmente, nosso primeiro trauma, independente de qual seja, é marcado com uma atitude: ou agimos com raiva, ou nos tornamos vítimas, ou esquecemos rapidamente e nos superamos diante da situação, ou delegamos a situação para outra pessoa resolver ou resolvemos sozinhos, pois entendemos que não podemos contar com ninguém.

De acordo com nosso primeiro trauma – lembrado e/ou marcado na íris – é que agimos de determinada maneira e tendemos a agir assim diante de todos os eventos negativos da nossa vida. Então nos tornamos sempre vitimas ou pessoas muito fortes. Nos tornamos indivíduos que lidam sozinhos, reclusos com seu próprio sentimento ou que falam abertamente sobre suas dificuldades. Tudo não passa de uma repetição que tivemos quando éramos crianças. É isso: tendemos a lidar sempre do mesmo modo e, assim, repetirmos os mesmos erros.

Já é comprovado cientificamente que somos quimicamente viciados em nossa própria história. Se vivemos uma vida de tragédias, a tendência é repetirmos esse ciclo. Se vivemos muito sucesso, conquistas e felicidade, é natural que isso venha a acontecer em nossa vida adulta, a não ser que quebremos a teoria, façamos o diferente.

Tomar consciência de como agimos já é um importante passo. Agir diferente é difícil, é sair da sua zona de conforto, mas é evoluir e buscar o melhor.

Citarei dois exemplos para que fique claro: atendi um adolescente de 12 anos e identifiquei um trauma em sua íris aos 4 anos de idade. Nesse caso, ele havia desenvolvido uma doença crônica e os médicos não conseguiam o diagnóstico. Era uma criança e ficou meses internado. Ao receber visitas, as pessoas o olhavam com pena e ele, acamado, agia como vítima. Aprendeu que era fácil ser vítima, pois foi assim que saiu dessa situação. Até hoje, ao lidar como amigo, irmão, aluno ou filho, sempre se exime de culpa e age como vítima. Isso está o adoecendo.

O segundo caso é de uma mulher de 49 anos que, com um ano de idade, sofreu queimaduras por todo corpo. Ela não lembra disso, apenas contaram os fatos e, agora, pode ser observado na íris. Na época, os pais a afastaram da sociedade, pois achavam que sofreria preconceitos devido à estética e, de certa forma, ela ficou reclusa até se recuperar. Hoje ela é uma mulher forte, independente e que, diante de um evento negativo, fica sozinha, reclusa, dificilmente fala com alguém e não costuma pedir ajuda – aprendeu a ajudar.

Agir da mesma forma em todos os eventos negativos é muito confortável, apesar de nem sempre ser o melhor, pois, diante de uma situação ocorrida, podemos distorcer a interpretação e tornamos dela algo negativo. O bom seria mudar: pedir ajuda se você não está acostumado ou tentar resolver uma situação se você normalmente se vitimiza e paralisa. Fazer diferente para minimizar possíveis traumas e diminuir o sofrimento. Isso é o que todos, mesmo sem saber, buscam.

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Renata Hermes
Naturologa
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